| 🩺 Rotina, Desafios e Resiliência: Bastidores da Vida de um Profissional de Enfermagem

 


Atrás dos jalecos, dos plantões e dos procedimentos, existe uma realidade que muita gente não vê. A enfermagem é uma profissão que exige muito mais do que técnica. É feita de entrega, empatia, força emocional e uma resiliência que, muitas vezes, nasce no meio do caos.

Quem vive a rotina dos hospitais, das clínicas, das unidades de saúde ou da atenção domiciliar sabe: cuidar é um ato que vai muito além do físico. É também acolher, escutar e, muitas vezes, silenciar a própria dor para aliviar a dor do outro.


A Rotina: Quando o Relógio Corre Diferente

A rotina de quem trabalha na enfermagem é feita de muitos começos e poucos finais. Cada plantão é uma nova história — e nem sempre há tempo para processar a anterior.

São horários que desafiam o corpo e a mente. Para quem trabalha na noite, o mundo parece rodar ao contrário. Enquanto a cidade dorme, nos corredores iluminados dos hospitais há movimento, sons, alarmes, solicitações, urgências.

Ficar horas de pé, lidar com o cansaço físico, o estresse e, muitas vezes, com a falta de recursos. A prioridade muda de minuto em minuto, e, mesmo assim, é preciso estar presente — inteiro — para quem precisa de cuidado.


💔 Desafios Que Nem Sempre São Visíveis

Nem sempre quem está de fora entende o que acontece por trás de um simples “tá tudo bem”.

Existe o peso emocional de acompanhar pacientes em situações delicadas. De ver, diariamente, o sofrimento, o medo, a incerteza. Existem perdas que marcam, momentos de impotência que ficam na memória, mesmo quando o corpo tenta seguir adiante.

Há também a sobrecarga — física, mental e, às vezes, moral. Plantões longos, falta de reconhecimento, jornadas puxadas, nem sempre condizentes com o valor real que essa profissão representa.

E, ainda assim, o cuidado nunca para.


🌱 Onde Mora a Resiliência?

A força que sustenta quem está na enfermagem não vem apenas da técnica. Ela nasce no sorriso do paciente que melhora. No “muito obrigado” sincero. No olhar de quem, mesmo em dor, reconhece o cuidado.

A resiliência está na equipe que se apoia. Na troca silenciosa de quem sabe que não precisa dizer muita coisa, porque quem está ali entende — sente — o peso e, ao mesmo tempo, o valor do que significa estar à disposição da vida do outro.

É se reconstruir a cada plantão. É entender que, sim, existem dias difíceis, mas que também existem encontros que transformam.



Quando se fala em enfermagem, muita gente vê o jaleco. Mas poucos enxergam o que existe dentro dele: cansaço, dedicação, dúvidas, alegrias, frustrações, esperança.

Ser profissional da enfermagem é estar no limite entre o desgaste e o propósito. É segurar a mão de quem sofre e, ao mesmo tempo, aprender a segurar a própria.

Que este texto seja, acima de tudo, um lembrete: cuidar também é reconhecer que quem cuida precisa, sim, ser cuidado.


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